E o coração?
Resposta: O coração não está triste. Pelo contrário. Eu amo meu trabalho e minha saúde. Preciso me cuidar sempre. Há menos de 4 anos eu iria me tornar Rei Momo no auge de meus 260kg. Cheguei a ser cogitado pelo amado Julio Guedes. Hoje já eliminei 140kg e preciso eliminar mais um pouquinho (risos). É uma nova fase da minha vida na qual preciso de dedicação integral. Estou feliz e focado.
Você se tornou protestante em 2008. Isto influenciou sua decisão?
Resposta: Não, absolutamente. Religião não pode nos privar de nada e jamais me privou. Eu, na verdade, adquiri novos conceitos e sigo uma nova filosofia de vida fruto da transformação que Deus me proporcionou. Por isso eu digo sempre: Um dos maiores princípios de Deus é a Ordem. Deus se alegra de tudo o que é organizado. Eu preciso me dedicar ao trabalho e projetos futuros. Desfilar gasta tempo porque a escola precisa de alguém que tenha disponibilidade. Se eu não posso atender também não tenho o direito de atrapalhar. Portanto, é melhor se retirar para se dedicar ao que realmente se busca. O sucesso será inevitável.
Estará desfilando este ano em duas escolas: Águia de Ouro e Juventude. Por que desfilar nestas agremiações?
Respostas: Primeiro porque a Águia é uma escola que está no meu coração. O samba que será reeditado é um dos mais belos que já fiz. Fiquei feliz pela homenagem e tenho certeza de que o desfecho poderá ser diferente e sem chuva (risos). A Juventude foi um convite e topei pelo fato de poder auxiliar o Flavinho que, para mim, será sempre a grande voz da verde e branco. Uma figura humana sensacional que está em plena recuperação. Enfim, serão momentos especiais.
Você acredita no crescimento do carnaval de Juiz de Fora?
Respostas: Claro, com toda a certeza. Temos uma tradição maravilhosa, uma rivalidade fascinante. Poucas cidades brasileiras tem o peso histórico de nosso carnaval. Basta que se reencontre o caminho e isto já está acontecendo. Evidente que onde existe um grande número de pessoas envolvidas, existirá um alto número de divergências. Porém, esta é a única forma de encontrar o denominador comum e nossa folia voltar a ser o 3° melhor desfile do país, visto que Rio e São Paulo estão muito na frente. Tudo é uma questão do fortalecimento de um processo de desenvolvimento tanto administrativo quanto estético.
Conseguiria avaliar sua maior vitória e sua maior derrota?
Resposta: Sinceramente não consigo visualizar derrotas. As vitórias foram muitas e a principal delas está nos amigos que fiz e na contribuição que dei. Talvez por estudar tanto, alias a minha vida toda, o carnaval eu achava que poderia ser um revolucionário. Me vi no mais profundo estilo Fernando Pamplona e achava que poderíamos ter desfiles diferenciados, tanto na concepção estética como teatral. E nisso entra a questão do enredo. Quando elaborei a sinopse da Mocidade Alegre em 2009 sobre a agricultura eu apostei numa mudança. Os recursos emperraram aquilo que eu gostaria que fosse feito, afinal estávamos na luta do segundo grupo e como todas as escolas pertencentes ao acesso existe a dificuldade natural. A comunidade da Mocidade foi guerreira e fizemos um grande carnaval. O enredo foi bem aceito pelo júri que elogiou a sinopse. Enfim, foi um dever cumprido com a sensação de quero mais. Faltou o título e aquela concepção diferenciada que defendi, mas não pude levar para a passarela. Mas esforço e dedicação da escola não faltaram. Prova disso é o grande carnaval que a Mocidade está preparando para 2011. Uma escola que merece crescer cada vez mais.
Foi uma entrevista em tom de despedida?
Respostas: No que diz respeito a desfilar cantando sim. E não é papo de deprimido que depois se arrepende. Nem queria falar sobre isso. Mas como tenho amigos jornalistas, você sabe como é? Amigo de profissão sempre dá conselho e me “pressionaram” a falar isso publicamente. Por mim nem falaria. Porém, no final acabei concordando que apesar de não ter muitas décadas na estrada do carnaval de JF eu posso dizer que dei minha contribuição.
Já que você disse “desfilar cantando”, então fica a deixa para desfilar sem interpretar sambas?
Respostas: Sinceramente, minha meta é realmente não desfilar em hipótese alguma. Me despeço cantando, o que farei agora. E para quem sempre cantou, desfilar sem o microfone não tem graça né? (risos). Brincadeiras a parte posso vir a compor para alguma escola ou aparecer numa escolha de samba. Isso é lazer. Agora, defender um pavilhão na avenida é um trabalho sério e nesse quesito, para mim, chega!
Pretende continuar atuando no carnaval da cidade em outros ramos de atividade?
Respostas: Tudo o que for na parte administrativa em caráter de suporte eu sempre estarei a disposição para ajudar. Como profissional estou disposto a auxiliar no que precisarem e apresentar ideias.
Quais são os seus projetos?
Respostas: Trabalhar muito, me dedicar a Deus cada vez mais e colher os frutos de meu investimento. A instrução que você segue define o futuro que você cria.
Alguns números de sua carreira:
Sambas de sua autoria em Juiz de Fora.
2000 – Rosas de Ouro: Terceiro milênio, o resplendor das tribos.
2001 – Águia de Ouro: Mãe Natureza, a magia das quatro estações
2002 – Turunas do Riachuelo: Atlântida, o continente perdido (campeão grupo A)
2002 – Águia de Ouro: Festa de reis
2004 – Turunas do Riachuelo: Nos 70 anos de glórias a Turunas vira Ouro com a Viradouro.
2004 – Águia de Ouro: Lenda da Amazônia
2005 – Águia de Ouro: Criador e criatura num encontro divinal. A Águia homenageia os gênios do carnaval (Campeão 1b)
2005 – Real Grandeza: Jorge, o mais amado do Brasil (Campeão grupo A)
2006 – Águia de Ouro: Chiquinha Gonzaga
2007 – Turunas do Riachuelo: Nóis é mineiro de Minas Gerais, uai (Campeão grupo A)
2008 – Mocidade Alegre de São Mateus: Enredo temático sobre a visita da família real.
2008 – Turunas do Riachuelo: Enredo temático sobre a visita da família real
2008 – Unidos do Grizzu: Sou índio, sou imortal (Campeão grupo de avaliação)
2009 – Mocidade Alegre de São Mateus: Cultivando a história através dos tempos, tudo o que se plantou deu e o que não deu dará.
2009 – Águia de Ouro (Campeão grupo avaliação)
2010 – Mocidade Alegre de São Mateus: De médico e louco todo mundo tem um pouco (campeão grupo B)
2010 – Águia de Ouro
2011 – Águia de Ouro: Chiquinha Gonzaga (reedição)
Enredos de sua autoria:
2009 - Mocidade Alegre de São Mateus: Cultivando a história através dos tempos, tudo o que se plantou deu e o que não deu dará.
Principais prêmios conquistados:
Categoria melhor intérprete: Pandeiro de ouro em 2006 (Águia de Ouro), Troféu Fernanda Muller 2003 (Águia de Ouro), 2004 (Águia de Ouro) , 2006 (Águia de Ouro), Trofeú FM 107 em 2005 e 2006.
Categoria Samba Enredo: Pandeiro de Ouro em 2004 (Turunas do Riachuelo), 2005 (Real Grandeza), Troféu Fernanda Muller em 2007 (Turunas do Riachuelo), troféu Sircom em 2010 (Mocidade Alegre de São Mateus), troféu FM 107 em 2004 e 2005.
Categoria Melhor Enredo: Troféu Sircom em 2009 (Mocidade Alegre de São Mateus).
Carnaval Virtual (LIESV): Troféu Clara Nunes 2003 – Melhor Intérprete.
Na cidade de Três Rios assinou o samba da Mocidade de Vila Isabel em 2010 sendo agraciado com o troféu Ziriguidum – categoria melhor samba enredo.



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